Além de Lourival Fadiga, que confessou ter matado a vítima, foram denunciados Rebecca Azevedo, namorada dele, além dos filhos Maria Luíza e Henrique.
Defesa de Lourival afirmou em setembro que crime teria sido cometido a mando de viúvo da vítima -- em versão que não convenceu a promotoria.
Anic Herdy, vítima de homicídio, segundo o MP, e Lourival Fadiga, que confessou ter matado a vítima Reprodução; Carlos Miranda/g1 O Ministério Público do Rio denunciou quatro pessoas pelo homicídio triplamente qualificado de Anic Herdy, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.
O órgão fez um aditamento à denúncia por sequestro, feita no início do ano.
Além de Lourival Fadiga, que confessou ter matado a vítima, foram denunciados Rebecca Azevedo, namorada dele, além dos filhos Maria Luíza e Henrique.
Procurada, a defesa de Lourival respondeu em nota que as investigações prosseguem e que o aditamento do MP constitui uma violação, já que cita as mesmas acusações de extorsão e sequestro e imputa aos quatro a acusação de homicídio qualificado, sem supostamente apresentar provas.
A defesa afirmou ainda que o aditamento vai na direção do que sempre foi dito por Lourival (leia a nota completa ao final do texto). A denúncia ocorre menos de dois meses depois das acusações de Lourival, que afirmou à Justiça ter supostas provas de que o crime teria sido cometido a mando de Benjamin Herdy, viúvo da vítima.
A versão, no entanto, não convenceu a promotoria. Abraçadeira, conhecida como "enforca-gato", foi o equipamento utilizado para matar Anic, aponta laudo Reprodução O MP e a Polícia Civil encontraram novas informações que indicam que, antes de matar a vítima, Lourival comprou, no mesmo shopping onde se encontrou com Anic, uma abraçadeira de plástico, conhecida como enforca-gato, e uma fita silver tape, no dia 29 de fevereiro.
Os materiais teriam sido utilizados, respectivamente, no assassinato de Anic e na posterior ocultação do cadáver dela.
O corpo de Anic só foi encontrado no dia 25 de setembro, quase sete meses depois, na garagem da casa de Lourival, em Teresópolis.
Polícia confirma que corpo encontrado em Teresópolis é de Anic Segundo o MP, o cadáver foi enterrado e concretado em uma "falsa sapata de construção, construída há tempos antes do homicídio e já com a intenção de ali ser enterrado o corpo da vítima". O Ministério Público afirmou ainda que Lourival ligou 17 vezes para Rebecca e 10 vezes para cada um dos filhos no dia em que Anic desapareceu.
Um relatório da Polícia Civil indica que Maria Luíza recebeu ordens do pai, de dentro da cadeia. Família paga resgate de R$ 4,6 milhões e esposa de herdeiro do Rio segue desaparecida há quase 3 meses As comunicações entre Lourival e os outros denunciados teriam ocorrido várias vezes durante dias, até o pagamento de R$ 4,6 milhões de resgate por Anic, que só seria encontrada morta em setembro deste ano. Sem chip de gravação A Polícia Civil não encontrou evidências que Anic Herdy teria sido morta por Lourival Fadiga a mando de Benjamin Herdy, viúvo da vítima.
A versão foi dada por Lourival em setembro deste ano à Justiça e à 105ª DP (Petrópolis), que investiga o caso. O homem afirmou que câmeras da casa em que Benjamin morava com Anic teriam gravado uma conversa que revelava o conluio para matar Anic e fazer parecer com que o crime fosse um sequestro .
Ele alegou que teria instalado um chip nos dispositivos eletrônicos para gravar o diálogo em janeiro, um mês antes de Anic desaparecer, no dia 29 de fevereiro. Policiais foram até o local e recolheram as câmeras.
Segundo agentes, só foram encontrados chips de gravação a partir de junho deste ano.
Nota da defesa de Lourival "Embora tenha havido mais um aditamento à denúncia, a investigação prossegue, até porque o juízo deferiu e aguarda ainda a resposta da quebra de sigilo telefônico e telemático de Benjamin, que ainda não chegou aos autos.
Aguarda-se ainda a vinda quebra de sigilo de mais duas pessoas que não são réus no processo, além da perícia da reprodução simulada e outras diligências sigilosas em andamento.
O aditamento açodado pelo MP antes do término das investigações se deve a estratégia para tentar impedir a apreciação do pedido de liberdade de Rebecca diante de novas provas juntadas, com uma mudança provisória de competência para analisar os pedidos.
Ressalta a defesa que conforme se observa claramente do aditamento não há descrição de condutas seja por Rebecca, seja pelos filhos de Lourival que importem em ações relacionadas ao homicídio confessado por Lourival.
A acusação mantém a mesma conduta antes descrita como extorsão mediante sequestro, agora mudando apenas o artigo, numa clara violação ao texto legal, já que em processos criminais as pessoas se defendem de FATOS imputados, não dos artigos de lei descritos pelo MP.
A defesa acredita que haverão novos aditamentos pela acusação, já que este é inteiramente inepto para imputação dos delitos ali capitulados no que se refere à Maria Luíza, Henrique e Rebecca.
O pedido da defesa de Lourival desde o começo foi no sentido de reconhecer que se tratava de crime de homicídio qualificado e não de extorsão mediante sequestro, nesse sentido o aditamento em relação à Lourival atende ao que a defesa esperava.