Lideranças destacaram a necessidade de apoio às autoridades locais, além do apoio técnico na elaboração de estudos e projetos.
Prefeitos pedem investimentos para combater mudanças climáticas Cristina Boeckel/g1 Rio Cerca de 60 prefeitos e líderes de cidades ao redor do mundo solicitaram US$ 800 bilhões em investimentos públicos anuais de governos nacionais e instituições de financiamento públicas e privadas para o desenvolvimento de municípios até 2030.
O pedido, divulgado neste sábado (16), destaca necessidade de implementar e expandir projetos com ênfase do combate às mudanças climáticas.
Um dos painéis destacou como facilitar a captação de recursos pelos municípios para promover as mudanças necessárias às adaptações, como obras.
O prefeito Eduardo Paes afirmou que é preciso agilidade na concessão desta forma de crédito.
Ele ressaltou a importância da parceria com bancos de financiamento. “Qualquer cidade que queira captar recursos disponíveis em bancos públicos ou privados passa por uma gincana que torna impossível essa captação.
Um dos desafios é buscar um caminho mais rápido e simples para isso”, afirmou o prefeito do Rio. Anne Hidalgo, prefeita de Paris, destacou que as cidades possuem autoridades que são aliadas que compreendem a mudança nas cidades e as adaptações necessárias.
Ela afirmou que o desafio de enfrentamento às mudanças no clima passa também pela questão ideológica e até por líderes que desacreditam as alterações no meio ambiente.
Ela criticou o presidente da Argentina, Javier Milei, e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. “Aqueles que se opõem a nós nas esferas internacionais são fortes.
Pessoas como Trump e Milei são eleitos colocando em oposição o povo e as elites e se dizendo ao lado do povo.
Precisamos nos unir com quem está em uma situação de fazer com que as coisas avancem”, disse a prefeita de Paris. Paes e outros prefeitos pedem investimentos para combater mudanças climáticas Cristina Boeckel/g1 Rio Divisão de recursos Os prefeitos destacaram a necessidade de manutenção de uma agenda para as discussões sobre o clima, como o a COP 30, que acontecerá em Belém. Jader Filho, ministro das Cidades, afirmou que é preciso ouvir as autoridades locais na definição das prioridades no financiamento de obras de combate às mudanças do clima.
Ele ressaltou que a divisão dos recursos correta pode diminuir a discrepância no desenvolvimento nas regiões do país. O ministro destacou a necessidade de apoio técnico do governo às pequenas e médias cidades do Brasil em questões como elaboração de projetos de obras e comercialização de créditos de carbono.
Jader, que é do Pará, destacou a experiencia das cidades da Região Norte. “As prefeituras das capitais têm como conseguir recursos para resolver os problemas.
Mas, por exemplo, na Amazônia, quando falamos em cuidar da floresta, precisamos pensar em como financiar o desenvolvimento das pequenas e médias cidades nesse sentido”, disse Jader Filho. Anacláudia Rossbach, diretora-executiva da ONU Habitat, disse que o mundo vive uma crise de habitação e ressaltou a necessidade de diálogo com os bancos de desenvolvimento.
Ela concorda com a necessidade de trabalhar com os agentes locais na elaboração de agendas urbanas. “Ajudar o sistema e trabalhar com os membros para definir foco e prioridade.
Temos desafios de desigualdade e pobreza para chegar ao ODS.
Temos também uma crise global de habitação”, disse Anacláudia. A programação conta com outras discussões sobre o impacto do clima sobre as cidades ao longo do dia. Inteligência Artificial Juliet Rothenberg, diretora de produto do Google para uso de inteligência artificial para o clima Cristina Boeckel/g1 Rio Juliet Rothenberg, diretora de produto do Google para uso de inteligência artificial para o clima, falou como informações coletadas com rapidez podem auxiliar os gestores em várias esferas de governo na tomada de decisões.
Juliet citou as inundações que ocorreram no Rio Grande do Sul e na Espanha.
Ela destacou que, com a elaboração de modelos com dados de clima com a ajuda da inteligência artificial, é possível prever possíveis desastres com antecedência e auxiliar na evacuação de populações de áreas atingidas por chuvas extremas e inundações.
“Países com um PIB menor têm menos acesso a previsões de inundações e são, justamente, os países mais vulneráveis.
Modelos de IA podem usar o maior número possível de dados e ajudar a uma previsão mais fácil, mostrando movimentações do solo e de rios, incluindo medições”.
A executiva também destacou a importância do mapeamento de dados de satélite com a ajuda de Inteligência Artificial no combate a incêndios.
Com a combinação dos dados de satélites é possível mostrar os pontos de incêndio de forma mais precisa, auxiliando o combate aos focos e possíveis evacuações de populações de locais em risco.
Ela citou os incêndios na Califórnia, nos Estados Unidos, e na Amazônia, este ano. “Autoridades sabem que os incêndios são mais fáceis de serem extintos quando mais cedo forem detectados”.