Padilha exaltou a reconstrução da Saúde sob o comando da ex-ministra Nísia Trindade, destacando que ela assumiu a pasta após um período de 'negação da pandemia' no governo Jair Bolsonaro.
O novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assumiu o cargo nesta segunda-feira (10) com um discurso marcado pela defesa do governo, pelo combate ao negacionismo e pela ênfase na vacinação como prioridade da sua gestão. "Na condição de ministro da Saúde, terei um inimigo contra o qual nunca recuarei: o negacionismo e as ideologias que os cercam.
Negacionistas, vocês têm nas mãos o sangue dos que morreram na pandemia.
Nós vamos impulsionar um amplo movimento nacional pela vacinação e defesa da vida." Alexandre Padilha assume o Ministério da Saúde Jornal Nacional/ Reprodução Críticas ao negacionismo Padilha criticou a desinformação sobre vacinas e reforçou a importância das campanhas de imunização, citando o exemplo da vacina contra o HPV: "Diziam que a vacina contra HPV causava vários efeitos.
Nós teimamos e, hoje, após dez anos, não temos nenhum jovem com esses efeitos." O novo ministro destacou que sua gestão trabalhará em sintonia com organismos internacionais de saúde para fortalecer o programa de imunização no Brasil: "Dizer sim à OMS é dizer sim à vacinação contra poliomielite.
Dizer sim à OMS é dizer sim ao programa mundial de enfrentamento às infecções sexualmente transmissíveis." Perfil político e defesa do governo A nomeação de Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde tem um forte componente político.
Além de sua experiência na pasta durante o governo Dilma Rousseff, Padilha vinha exercendo o cargo de ministro das Relações Institucionais, sendo peça-chave na articulação do governo Lula com o Congresso.
Sua chegada ao ministério ocorre em meio a um esforço do presidente para fortalecer a gestão e melhorar a comunicação com a base aliada. No discurso de posse, Padilha enfatizou a importância da política na área da saúde e destacou o papel do governo na reconstrução do SUS e no enfrentamento das crises herdadas.
Ele mencionou o golpe de 8 de janeiro de 2023 e creditou a articulação do governo como essencial para conter a tentativa de ruptura institucional: "Juntos, conseguimos impedir o golpe de 8 de janeiro, um plano sórdido que incluía o assassinato de Lula e Alckmin.
Se eles tivessem tido sucesso, Lula e Alckmin não estariam aqui, este salão estaria vazio.
Mas vencemos, nós ainda estamos aqui." Padilha também ressaltou o compromisso do governo em garantir investimentos na área da saúde sem comprometer políticas sociais e a população mais vulnerável: "Fizemos o terceiro maior ajuste fiscal, não com fome, não com sacrifício da população que mais precisa." Além disso, o ministro fez questão de agradecer a figuras importantes do governo e do Congresso, como Jaques Wagner, Randolfe Rodrigues, José Guimarães, Arthur Lira, Rodrigo Pacheco, Luiz Marinho e Davi Alcolumbre, reforçando a necessidade de apoio político para viabilizar seus projetos à frente do ministério. A nomeação de Padilha também busca imprimir um tom mais combativo na defesa do governo, especialmente diante das eleições de 2026.
Lula quer que os ministros tenham maior protagonismo na comunicação dos avanços da gestão e na resposta às críticas da oposição.
Esse movimento já vinha sendo observado em outras pastas, como a da Secom, onde Sidônio Palmeira assumiu o cargo para reforçar a estratégia de comunicação do Planalto.