Deputada federal retorna ao Planalto na vaga que era ocupada por Padilha, que substitui Nísia Trindade na Saúde.
Padilha chefiou a Saúde no governo Dilma.
Gleisi, Lula e Padilha Ricardo Stuckert / Presidência da República Os novos ministros Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) e Alexandre Padilha (Saúde) tomaram posse nesta segunda-feira (10) em cerimônia no Palácio do Planalto, adotando discursos marcados pela defesa do governo Lula, do fortalecimento da democracia e do enfrentamento ao negacionismo. Gleisi, que assume a articulação política do governo, prometeu trabalhar pela construção de alianças no Congresso e agradeceu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo papel na defesa da democracia. "Quero aqui reconhecer o papel do ministro Alexandre de Moraes na defesa da democracia e, agora, da soberania nacional.
Respeitamos e temos relações com todos, mas o Brasil é dos brasileiros e brasileiras." Além da política institucional, Gleisi destacou a importância da cultura na reconstrução da memória democrática do país.
Ela prestou homenagem aos artistas Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello, além da equipe do filme "Ainda Estou Aqui", a primeira produção brasileira a vencer um Oscar. "Esse filme mostrou ao mundo o que significou a ditadura no Brasil." Blog da Daniela Lima: Gleisi assume articulação política do governo sem pacificar o próprio PT Críticas ao negacionismo No Ministério da Saúde, Alexandre Padilha assumiu o cargo com um discurso combativo contra o negacionismo e em defesa das vacinas.
Ele anunciou que a imunização será uma das principais prioridades da sua gestão. "Na condição de ministro da Saúde, terei um inimigo contra o qual nunca recuarei: o negacionismo e as ideologias que os cercam.
Negacionistas, vocês têm nas mãos o sangue dos que morreram na pandemia.
Nós vamos impulsionar um amplo movimento nacional pela vacinação e defesa da vida." Padilha também rebateu a desinformação sobre vacinas, citando o caso da imunização contra o HPV, que enfrentou resistência no passado: "Diziam que a vacina contra HPV causava vários efeitos.
Nós teimamos e, hoje, após dez anos, não temos nenhum jovem com esses efeitos." O ministro reforçou o compromisso do Brasil com organismos internacionais de saúde: "Dizer sim à OMS é dizer sim à vacinação contra poliomielite.
Dizer sim à OMS é dizer sim ao programa mundial de enfrentamento às infecções sexualmente transmissíveis." Perfil político e defesa do governo A chegada de Padilha ao Ministério da Saúde reforça a estratégia do governo de fortalecer a articulação política na Esplanada.
Ex-ministro da pasta no governo Dilma Rousseff, ele vinha exercendo o cargo de ministro das Relações Institucionais, atuando na interlocução do Planalto com o Congresso. No discurso de posse, Padilha destacou o papel do governo na reconstrução do SUS e na resposta a crises herdadas da gestão anterior.
Ele mencionou o golpe de 8 de janeiro de 2023 e defendeu a atuação do governo para preservar a democracia: "Juntos, conseguimos impedir o golpe de 8 de janeiro, um plano sórdido que incluía o assassinato de Lula e Alckmin.
Se eles tivessem tido sucesso, Lula e Alckmin não estariam aqui, este salão estaria vazio.
Mas vencemos, nós ainda estamos aqui." O novo ministro também enfatizou a importância de manter investimentos na saúde sem comprometer as políticas sociais: "Fizemos o terceiro maior ajuste fiscal, não com fome, não com sacrifício da população que mais precisa." Padilha fez questão de agradecer aliados no Congresso, como Jaques Wagner, Randolfe Rodrigues, José Guimarães, Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre, reforçando a necessidade de apoio político para viabilizar os projetos da sua gestão. A nomeação de Padilha ocorre em um momento de ajuste estratégico no governo Lula, que busca ministros mais ativos na comunicação e na defesa da gestão.
A saída de Nísia Trindade do Ministério da Saúde é parte desse movimento.
Lula quer que sua equipe tenha maior protagonismo no debate público, antecipando um embate eleitoral acirrado em 2026.