Petista assumiu a articulação política do governo com o Congresso nesta segunda.
Crítica da política econômica liderada por Haddad, Gleisi fez acenos ao colega e disse que o ministro da Fazenda está colocando o Brasil 'na rota do emprego e da renda'.
A nova ministra da articulação política, Gleisi Hofmmann, durante discurso no Palácio do Planalto Reprodução/Canal Gov A nova ministra da articulação política do governo Lula, Gleisi Hoffmann (PT-PR), prometeu construir alianças com o Congresso e agradeceu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo trabalho em defesa da democracia. Gleisi deu as declarações durante discurso de posse no cargo de ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), em cerimônia no Palácio do Planalto.
"Quero aqui reconhecer o papel do ministro Alexandre de Moraes na defesa da democracia e, agora, da soberania nacional.
Respeitamos e temos relações com todos, mas o Brasil é dos brasileiros e brasileiras", afirmou a petista.
Na sequência, Gleisi Hoffmann prestou homenagem a Walter Salles, Fernanda Torres, Selton Mello e à equipe do filme "Ainda Estou Aqui" – primeira produção brasileira a vencer um Oscar.
Para a ministra, o filme mostrou "ao mundo o que significou" a ditadura no Brasil. Acenos a Haddad, Motta e Alcolumbre Lula escolhe Gleisi Hoffmann para a articulação política do governo A petista aproveitou o discurso para fazer um aceno ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cuja política econômica criticou enquanto presidente do PT nos últimos dois anos. "Eu estarei aqui, ministro Fernando Haddad, para ajudar na consolidação das pautas econômicas deste governo, as pautas que você conduz e que estão colocando o Brasil na rota do emprego, crescimento e da renda", disse. A nomeação da nova ministra foi vista por aliados do governo como um movimento que enfraquece Haddad, já que ela é contrária a medidas de rigor fiscal adotadas pelo colega. Gleisi afirmou que, entre as prioridades do governo no Congresso, está o projeto que amplia para R$ 5 mil mensais a faixa de isenção do Imposto de Renda.
Antes, será preciso aprovar o orçamento de 2025.
"Nosso trabalho conjunto deve se refletir na consolidação de uma base de apoio estável já na votação do Orçamento de 2025", declarou. A nova ministra ainda agradeceu e prometeu trabalho conjunto com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
"Com vocês quero manter uma relação respeitosa, franca, solidária e direta.
Estarei sempre aqui para conversar, ouvir criticas e acolher sugestões", afirmou. Ela também disse que a política deve ser feita com o cumprimento de acordos e de forma coletiva, o que diferencia uma postura democrática de um projeto autoritário de poder.
"A política exige coragem na disputa e grandeza na mediação.
É um exercício de coerência e compromisso com valores.
Devemos fazer política para somar, reconhecendo as diferenças, respeitando adversários, construindo alianças, cumprindo acordos", disse. Mulheres no governo Lula diz lamentar demissão de mulheres no governo No discurso, Gleisi ignorou as críticas de movimentos sociais ao número de mulheres em cargos de chefia no governo.
A petista disse que Lula ousou a lançar mulheres para a presidência da República, em uma referência à Dilma Rousseff (2011-2016), e ao comando do PT, a própria Gleisi Hoffmann, que deixou a chefia do partido para assumir o ministério da articulação política. "Foi o presidente que mais nomeou mulheres para cargos de comando e posições de poder na história do Brasil", disse. "Por isso, eu compartilho esse momento com todas as mulheres brasileiras, como estimulo à nossa luta contra desigualdade, o preconceito e o machismo, especialmente com a companheira Janja, que tem sido alvo de ataques misóginos que atingem a todas nós", acrescentou.