Embarcação Concórdia afundou no domingo (15), a cerca de 15 quilômetros da praia de Ponta de Pedras, em Goiana.
Quatro tripulantes foram resgatados com vida e cinco morreram.
Anderson Miranda, filho de comandante de navio que afundou no litoral de PE, fala sobre o pai e o que aconteceu antes do naufrágio O corpo encontrado na noite da quinta-feira (19), na área onde o navio de carga Concórdia afundou, a cerca de 15 quilômetros da praia de Ponta de Pedras, em Goiana, Litoral Norte de Pernambuco, é de Edriano Gomes de Miranda, de 48 anos, o comandante da embarcação.
A informação foi confirmada à TV Globo pelo filho dele, Anderson da Silva Miranda. ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE Edriano era o último tripulante da embarcação que estava desparecido.
O corpo será velado na cidade onde o marinheiro nasceu, Rio do Fogo (RN), e enterrado no município de Touros, no litoral do estado, no sábado (21). “A informação que chegou é que ele tentou fazer com que todo mundo saísse da embarcação a tempo.
Quando viu que todo mundo já estava no convés, pronto já para pular na água, ele tentou retornar para pegar o material de mergulho que sempre usou em Fernando de Noronha e ficava no camarote dele, para tentar auxiliar no resgate de todos, até que o rebocador pudesse fazer a manobra de retorno para salvar; e foi nesse momento que o barco virou”, contou Anderson Miranda, em entrevista à TV Globo. Anderson explicou que a família soube na quinta-feira que um corpo havia sido encontrado e disse que a confirmação aconteceu nesta sexta.
A família quer "dar um enterro digno" para o comandante do navio Concórdia e espera que as causas do naufrágio sejam esclarecidas. “A gente, primeiro, está pensando no enterro dele; levar o corpo para Natal, dar um enterro digno para ele.
E a gente agora quer saber o que aconteceu para a embarcação naufragar.
(...) Ele era uma pessoa querida por todos, no Recife, em Natal, na Paraíba, em Fernando de Noronha; uma pessoa que sempre se comunicou com todos.
É difícil ter palavras para explicar”, lamentou o rapaz. Além de Anderson, Edriano deixa a esposa, Bruna da Silva, e um filho de dois anos que teve com ela.
Muito emocionada, a viúva do comandante explicou que ainda tinha esperanças de encontrar Edriano Miranda vivo. "Eu tinha esperança que ele seria encontrado com vida, mas Deus não quis assim.
E ele descansou.
Vamos fazer o sepultamento dele digno, para que a gente fique em paz, né? E sabemos que ele está no lugar dele ao lado do Senhor.
E vamos, Deus vai nos descansar.
A minha família, os filhos dele.
Não está sendo fácil pra mim", disse Bruna, que cobrou da empresa AGS Fretes Marítimos, dona da embarcação, que o caso não seja esquecido e que preste apoio às famílias. Ao todo, nove pessoas estavam no navio quando o cargueiro afundou na noite do domingo (15).
Cinco vítimas morreram e quatro foram resgatadas com vida. Segundo a família, Edriano era natural de Rio do Fogo, no Rio Grande do Norte, e tinha muitos anos de experiência no trabalho com transporte marítimo.
Ele havia enviado mensagens à esposa, Bruna da Silva, falando sobre os problemas do cargueiro, enquanto o navio inclinava em alto-mar.
Edriano Gomes de Miranda era o comandante do navio Concórdia, que afundou a cerca de 15 quilômetros do litoral de Pernambuco Acervo pessoal O advogado da da AGS Fretes Marítimos, proprietária do Concórdia, negou que a embarcação estivesse com excesso de peso.
Segundo o advogado Jadson Borges, o barco zarpou com 120 toneladas de alimentos e materiais de construção, abaixo da capacidade máxima, de até 180 toneladas. Buscas encerradas A Marinha do Brasil enviou um comunicado confirmando a identificação do último tripulante desaparecido, que foi localizado na tarde de quinta (19).
Dessa forma, a força armada encerrou as buscas. "Um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos de Navegação foi instaurado para apurar as causas e circunstâncias do acidente.
Concluído o procedimento e cumpridas as formalidades legais, os documentos serão encaminhados ao Tribunal Marítimo", informou a Marinha. A Marinha também detalhou que o trabalho foi realizado em conjunto com a Força Aérea Brasileira (FAB), a comunidade marítima da região, o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, as Polícias Civil e Militar de Pernambuco, o Instituto Médico Legal (IML), as Marinas “Enseada” e “Barra de Catuama” e instituições do estado da Paraíba. LEIA TAMBÉM TRAGÉDIA: Quem são os tripulantes do navio Concórdia LUTO: Filho de tripulante que morreu no naufrágio diz que pai pediu para família orar por ele HISTÓRICO: Percurso entre Recife e Fernando de Noronha contabiliza 12 naufrágios DEFESA: Navio não tinha excesso de peso, diz advogado da empresa dona da embarcação O naufrágio Imagens mostram navio Concórdia pouco antes de afundar no litoral pernambucano O navio Concórdia partiu do Recife no sábado (14) e tinha como destino final o arquipélago de Fernando de Noronha, carregando alimentos e materiais de construção (veja vídeo acima); Mozart Fonseca, um dos sobreviventes, contou que a equipe notou algo errado ainda durante a tarde, antes do naufrágio, que aconteceu no domingo (15); Ele contou que a embarcação começou a perder o controle nas imediações da Reserva de Acaú, em Goiana; Depois que parte da carga se soltou no mar, a tripulação decidiu voltar para a capital pernambucana e foi nesse trajeto de retorno que a embarcação naufragou; Conforme outro sobrevivente, o marinheiro auxiliar Edvaldo Baracho da Silva, a embarcação afundou depois de eles pedirem ajuda ao rebocador; O navio rebocador conseguiu prender um cabo ao Concórdia, mas depois de perceber que o navio estava inclinando e afundava, cortou o cabo e iniciou uma manobra para salvar os tripulantes; Por ser muito grande, o rebocador levou cerca de uma hora para completar a manobra e concluir o resgate, o que fez com que os marinheiros precisassem resistir algum tempo na água até serem resgatados; Os quatro sobreviventes foram resgatados em "bom estado de saúde" e receberam atendimento de uma equipe médica da Marinha, em Goiana, antes de serem encaminhados para o Recife; Os corpos de três tripulantes que morreram após o naufrágio foram encontrados a cerca de 4 quilômetros da costa, na segunda-feira (16), e depois o quarto corpo foi achado. Auditor fiscal do trabalho diz que empresa de navio que afundou em PE deve explicar condições de trabalho dos tripulantes VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias E