Candidatos investem tempo e energia em estado solidamente republicano para atingir os indecisos de outros campos de batalha.
Os candidatos à presidência dos EUA Kamala Harris e Donald Trump. Nathan Howard, Jeenah Moon/ Reuters A 11 dias do voto, Donald Trump e Kamala Harris se movem nesta sexta-feira (25) para o Texas, estado solidamente republicano que não deverá oferecer surpresas no destino de seus 40 delegados.
Segundo a média das pesquisas fornecida pelo site Real Clear Politics, o ex-presidente lidera a corrida no estado, com seis pontos de diferença em relação à vice-presidente. Se Trump não corre riscos de perder, e Kamala tem pouquíssimas chances de abocanhar os seus delegados, por que investem tempo e energia no Texas, quando a disputa está tão empatada em sete estados decisivos? Ambas as campanhas apostam no estado para amplificar suas linhas de batalha — imigração para a republicana; e aborto, para a democrata. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A vice-presidente estará acompanhada em Houston por Beyoncé, que cresceu no estado e cedeu o hit “Freedom” como hino da campanha democrata.
A ideia é reverberar imagens poderosas para os eleitores dos estados decisivos sobre o que acontece no Texas, que tem uma das legislações mais duras sobre o aborto, sem exceções para casos de estupro e incesto.
E focar na saúde das mulheres, importante fatia do eleitorado de Kamala. Em Austin, o ex-presidente se concentrará na cruzada anti-imigração e na segurança da fronteira sul, com a bandeira da deportação em massa, que mobiliza o eleitor masculino.
O governador Greg Abbott é um fiel escudeiro, que enfrentou o governo Biden, transportando imigrantes para cidades lideradas por democratas. Na quinta-feira, no Arizona, Trump pareceu se divertir ao condenar a política migratória de Kamala e acusá-la de ter transformado os EUA no que chamou de lata do lixo do mundo: “É a primeira vez que uso essa descrição, mas, quer saber, é muito precisa.” Os dois candidatos redobraram, nos últimos dias, a troca de ofensas.
Kamala acusou Trump de fascista e tirano — termos que não demovem o eleitorado do republicano.
Desde 1994, o Texas não elege um democrata para presidente. Em contrapartida, a disputa para o Senado se mostra muito competitiva no estado, onde o senador Ted Cruz e o congressista Colin Allred têm diferença de apenas um ponto nas pesquisas.
Esta, aliás, é outra justificativa para o duelo das duas campanhas nesta sexta-feira no Texas, onde Trump e Kamala levarão seus candidatos ao palco para reforçá-los nas urnas.