Fogo já destruiu mais de 40 mil hectares da TI Capoto Jarina; indígenas sofrem com problemas respiratórios e falta de energia elétrica.
Indígenas do norte de Mato Grosso sofrem com a fumaça dos incêndios A fumaça dos incêndios tem sufocado a comunidade indígena Capoto Jarina, no norte de Mato Grosso, próximo ao município de São José do Xingu, a 931 km de Cuiabá.
A região é atingida pelas chamas há mais de um mês e já destruiu mais de 40 mil hectares da Floresta Amazônica, segundo os brigadistas. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp Segundo o líder indígena Megaron Txucarramae, os indígenas com problemas respiratórios são os que mais sofrem.
No posto de saúde da aldeia, a maior parte dos atendimentos é de crianças, e os sintomas mais comuns são a presença de tosse, coriza e dor nos olhos, por causa da fumaça. Fumaça dos incêndios na Terra Indígena Capoto Jarina Naira Pache/ TV Centro América A estudante indígena Yakairu Metuktire, foi acompanhar os primos no atendimento no posto de saúde, e lá descobriu que também precisava de atendimento. “A gente não tá se sentindo bem, arde nariz, os olhos, tá bem ruim”, conta. LEIA MAIS: FAUNA: Incêndios no Pantanal matam população de abelhas em região; entenda consequências TERRAS INDÍGENAS: Lavouras destruídas, falta de alimentos e abrigo temporário: 41 terras indígenas são devastadas por incêndios INCÊNDIOS: Redemoinhos de fogo se formam durante incêndio florestal que já destruiu 11 mil hectares em MT; vídeo Para a técnica de enfermagem, Márcia Glauciante, os reflexos na saúde não estão apenas ligados ao mal-estar.
Por causa dos incêndios, muitas árvores caíram e atingiram a fiação elétrica e sem energia elétrica, quem busca atendimento e precisa de inalação, não consegue.
Os medicamentos que necessitam de refrigeração também perdem a eficácia “Passamos uma semana sem energia e voltou somente por dois dias.
Depois caiu outras árvores em cima da fiação e está bem complicado.
Pacientes que fazem o uso de insulina e esse remédio precisa de refrigeração”, explica.
Toda a fumaça também dificulta o trabalho dos 38 brigadistas que tentam apagar os focos.
De acordo com o supervisor estadual dos brigadistas Prevfogo- MT, Guilherme Camargo, os obstáculos para combate às chamas na Terra Indígena não se limitam aos incêndios. “Os dias estão mais quentes, as rajadas de vento estão mais intensas, a umidade mais baixa e dependendo das condições, eles param o trabalho.A vida deles também têm prioridade”, diz. Terras em chamas Terra Indígena Capoto Jarina, afetada pelo fogo Idemar Marcatto Até o dia 11 de setembro, cerca de 41 terras indígenas já tinham sido afetadas pelas chamas, segundo a Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt).
As consequências desta devastação incluem plantações usadas para sustento dos povos indígenas destruídas e mudanças temporárias de moradias. Os incêndios comprometem a alimentação do indígenas, como é o caso dos moradores da Aldeia Piaruçu, na Terra indígena Capoto Jarina, na região do Parque Indígena do Xingu.
Segundo Yaka Metuktire, a plantação de mandioca, principal alimento para os filhos e netos, foi destruída. “Queimou tudo a minha roça.
Queimou outra roça da minha mãe também.
Isso é a comida que nós comemos, é a nossa alimentação que queimou, não tem mais nenhuma mandioca", lamentou. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp