Unidade será gerida por consórcio ou instituição filantrópica, mas seguirá atendendo pelo SUS.
Hospital Maria Amélia Lins, na Região Hospitalar de Belo Horizonte. Reprodução/TV Globo O Hospital Maria Amélia Lins, em Belo Horizonte, passará a ser administrado por uma entidade privada ou filantrópica, escolhida por meio de um edital que será publicado nos próximos dias, informou o Governo de Minas nesta sexta-feira (7).
A atual diretoria critica a medida (leia mais abaixo). A unidade, que até então é gerida pelo estado por meio da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), seguirá realizando atendimentos gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mesmo após a mudança na gestão. A mudança ocorre após o fechamento do bloco cirúrgico do hospital, em janeiro deste ano, sob a justificativa de que os equipamentos estavam defasados e danificados. Desde então, a demanda pelas cirurgias ortopédicas e de trauma foi absorvida pelo Hospital João XXIII que, segundo o governo, demonstrou capacidade para isso.
Além disso, novos aprovados em concursos serão convocados. Também como forma de desafogar o João XXIII, o governo está prevendo 50 novos leitos de longa permanência para o Hospital Júlia Kubitschek e investimento em novas unidades hospitalares. Com a nova gestão, o intuito do governo é transformar o Maria Amélia Lins em um hospital voltado exclusivamente para cirurgias eletivas, com a expectativa de dobrar o número de cirurgias realizadas na unidade — das 230 de urgência realizadas atualmente para 500 procedimentos eletivos mensais, especialmente na área ortopédica. Ainda de acordo com o governo, o objetivo é reduzir a fila de espera por esse tipo de atendimento na capital mineira. A administração do hospital poderá ser assumida por um ente público, consórcio intermunicipal de saúde ou por uma instituição filantrópica com experiência em gestão hospitalar.
O governo argumenta que esse novo modelo permite otimizar os serviços sem custos para os pacientes, dentro do programa Opera Mais.
O contrato terá duração inicial de cinco anos, podendo ser prorrogado. A expectativa do governo é que a entidade responsável pela administração do hospital seja definida até 15 de abril.
Enquanto isso, parte da equipe do Maria Amélia Lins foi deslocada para o João XXIII, e as cirurgias eletivas seguem suspensas na unidade. 'Temor que a gente já tinha' Em entrevista à TV Globo, uma das integrantes da diretoria do hospital criticou as mudanças propostas pelo governo. "Isso vem reafirmar o temor que a gente já tinha, que é absolutamente esperado dentro de uma gestão que não acredita e que não interessa manter a saúde pública como um bem do estado, como um dever do estado", disse a médica assistencial Andrea Fontenelle, diretora clínica do Hospital Maria Amélia Lins.
A médica afirmou, ainda, que o Hospital Maria Amélia Lins foi classificado como a unidade de maior eficiência entre todas as administradas pela Fhemig.
"O Hospital Maria Amélia Lins nunca foi um local onde se fica aguardando cirurgias.
[...] Os pacientes passaram a ficar aguardando para que algum outro hospital, através da central de eleitos, fizesse a transferência para que a cirurgia fosse realizada a partir do momento em que fecharam o bloco cirúrgico", completou.
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