Foram absolvidas as mineradoras Samarco, Vale e BHP; diretores e gestores da Samarco à época, a empresa Vogbr e um engenheiro, responsáveis por atestar a segurança da barragem, que se rompeu em novembro de 2015.
Justiça absolve sete pessoas e quatro empresas pelo rompimento da barragem de Mariana Nove anos depois do desastre em Mariana, a Justiça Federal absolveu sete pessoas e quatro empresas do rompimento da Barragem de Fundão. A sentença foi publicada na madrugada desta quinta-feira (14) pelo Tribunal Regional Federal da 6ª Região absolveram as mineradoras Samarco, Vale e BHP; diretores e gestores da Samarco à época, a empresa Vogbr e um engenheiro, responsáveis por atestar a segurança da Barragem de Fundão, que se rompeu em novembro de 2015, na cidade de Mariana, causando 19 mortes. O processo criminal começou um ano depois da tragédia.
Em 2019, a Justiça retirou o crime de homicídio e entendeu que as mortes foram causadas pela inundação.
Apenas os crimes ambientais permaneceram no processo. Na decisão desta quinta-feira (14), a juiza Patricia Alencar de Carvalho justificou a absolvição ao afirmar que não há provas suficientes para estabelecer a responsabilidade criminal de cada réu envolvido no caso. Segundo a magistrada, os documentos, laudos e testemunhas não responderam quais as condutas individuais contribuíram de forma direta e determinante para o rompimento da barragem em Mariana. Ao saber do desfecho, os atingidos pela tragédia disseram sentir uma mistura de tristeza e revolta. "As provas são muito concretas.
Se provou que as empresas sabiam do risco, sabiam da situação da barragem e não tomaram providências cabíveis, e isso precisa ser punido criminalmente para que novas atitudes assim não se reforcem em nosso país”, diz Joceli Andrioli, membro do Movimento Atingidos por Barragens. Mariana, 9 anos após desastre: famílias sem casa, pesca proibida, ninguém punido; 9 pontos para entender a tragédia Justiça Federal absolve 7 pessoas e 4 empresas do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana Reprodução/TV Globo As defesas das sete pessoas disseram que não houve condutas omissivas. A Samarco afirma que a decisão confirma que sempre agiu de acordo com a legislação vigente. A Vale afirmou que atuou dentro da legalidade e com respeito as normas ambientais. A BHP reforçou o compromisso com a reparação dos danos causados. O Jornal Nacional não conseguiu contato com a Vogbr. O Ministério Público Federal informou que vai recorrer da decisão. LEIA TAMBÉM Nove anos após desastre, Justiça absolve Samarco pelo rompimento da barragem de Mariana Ministério Público Federal vai recorrer da absolvição da Samarco por rompimento de barragem em Mariana