Tribunal Superior Eleitoral esclarece que nenhuma urna enviada para descarte contém qualquer dado eleitoral armazenado.
Essa não é a primeira vez que descarte ocorre; procedimento está previsto no 'ciclo de vida' dos equipamentos.
É #FAKE que TSE destrua urnas eletrônicas para ocultar dados eleitorais Reprodução Circula nas redes sociais um vídeo em que uma mulher sugere que o descarte de 195 mil urnas eleitorais pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tenha objetivo de esconder fraudes.
É #FAKE.
g1 Veja, abaixo, respostas a estas três perguntas (clique para navegar pela página): O que diz a publicação falsa? Por que a mensagem é falsa? Como funciona o descarte de urnas? O que diz a publicação falsa? No vídeo, uma mulher diz: "Você sabia que o TSE está descartando 195 mil urnas, que começaram lá pelo Pará? E estão descendo e já recolheram tudo? Mas o mais engraçado de tudo isso é que isso veio depois das denúncias de Mike Benz.
E, mais estranho ainda, é porque você não ouve nada disso na mídia.
Por que será, né? É um item uma vez cada dois anos.
Você olha ali, está em perfeito estado, mas tem que ser descartado [...]." "Eu fiz um artigo no X falando sobre isso [...], porque é no mínimo muito suspeito.
[...] A alegação é que elas são de 2009, tá? 2009, 2019, 10, 15 anos.
Mas, para o item que se usa cada dois anos, quantas vezes foram usadas? Se a gente for falar aí umas 30 vezes?[...]" Voltar ao início. Por que a mensagem é falsa? A Justiça Eleitoral enviou para descarte ecológico 195.227 urnas eletrônicas modelo UE 2009 – mas nenhuma delas continha dados armazenados (veja, ao final desta reportagem, como funciona o processo).
Mas o contrato de descarte das urnas foi publicado no Diário Oficial em novembro de 2023.
Isso ocorreu bem antes de declarações feitas em fevereiro de 2025 pelo ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA Mike Benz, que fomentou ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com base em desinformação, ele disse que "se a Usaid [Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional] não existisse, Bolsonaro ainda seria o presidente do Brasil, e o Brasil ainda teria uma internet livre e aberta".
O descarte é parte do ciclo de vida da urna eletrônica – e essa não é a primeira vez que isso ocorre: Em setembro de 2010 foram descartadas mais de 84 mil urnas do modelo fabricado em 1998.
Em 2012, foram eliminadas aproximadamente 2,8 mil toneladas de material eletrônico das urnas dos modelos 2000 e 2002.
Procurado pelo Fato ou Fake, o TSE respondeu por e-mail com o link para uma nota esclarecendo que: É mentirosa a alegação de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estaria destruindo urnas para esconder dados eleitorais. Desde 2008, o TSE recicla o material apenas das urnas cuja vida útil tenha se exaurido.
O objetivo dessa reciclagem é garantir a integridade e a segurança das urnas eletrônicas.
As 195.227 sem condições de utilização, fabricadas em 2009, vêm passando por esse processo desde 2024. Após o encerramento de cada eleição, todas as informações das urnas são transmitidas para a totalização em uma mídia eletrônica independente.
Portanto, não há qualquer risco de perda de dados no processo de descarte ecológico dos equipamentos.
Esse procedimento segue à risca a legislação.
O tempo de vida médio de uma urna eletrônica é de dez anos ou cerca de seis eleições. Ao final desse prazo, faz-se o descarte cumprindo protocolos de segurança e sustentabilidade.
O trabalho é realizado por empresas contratadas por licitação pública, e o processo é supervisionado por servidores da Justiça Eleitoral.
O descarte das urnas eletrônicas é uma ação planejada e transparente.
Existe garantia de que as urnas descartadas não poderão voltar a ser utilizadas. Voltar ao início. Como funciona o descarte de urnas? O recolhimento aconteceu em todo o território nacional – os dispositivos estavam armazenados nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e no TSE. Os materiais foram transportados em caminhões lacrados para a empresa NGB Recuperação e Comércio de Metais, que fica em Guarulhos, na Grande São Paulo. A empresa é responsável pelo armazenamento, desmontagem, descaracterização e destinação das urnas e dos materiais. A estocagem em um único local garante segurança ininterrupta por 24 horas, durante os sete dias da semana. O recolhimento nacional começou pela região Norte e terminou na região Sudeste Em 21 de fevereiro de 2025, o processo estava totalmente concluído, e a descaracterização dos equipamentos já alcançava 52%. As urnas e os suprimentos são recolhidos e enviados para desmonte.
Os materiais são separados por tipo: metal, plástico, placas leves (que têm maior probabilidade de conter metais nobres), placas pesadas (com menor valor de mercado) e borracha. Após o desmonte das urnas, os materiais são moídos ou quebrados em partes pequenas.
Em seguida, são separados por tipo e, já descaracterizados, enviados para a reciclagem. Todo o processo de descarte é auditado no local por servidores do TSE, desde o recebimento dos materiais – com a verificação dos lacres colocados nos caminhões pelo respectivo TRE – até a descaracterização e o atendimento de outras exigências pela empresa. No mínimo 95% do material gerado, entre baterias, plásticos e metais, deve ser encaminhado à reciclagem, e o resíduo para aterros certificados.
O índice de reciclagem atinge 98% do material gerado. O contrato TSE nº 52/2023 foi assinado em 21 de dezembro de 2023 e publicado no Diário Oficial da União (DOU) no dia seguinte.
O recolhimento foi finalizado em 16 de outubro de 2024. A empresa NGB Recuperação e Comércio de Metais tem até junho de 2025 para concluir a destinação ambientalmente correta da totalidade do material.
Um total de R$ 1,7 milhão foi recolhido aos cofres públicos. Voltar ao início. É #FAKE que TSE destrua urnas eletrônicas para ocultar dados eleitorais Reprodução Veja também É #FAKE que vídeo de ato pró-Trump no Reino Unido seja contra a Ucrânia; gravação é de 2018 É #FAKE que vídeo de ato pró-Trump no Reino Unido seja contra a Ucrânia VÍDEOS: Fato ou Fake explica VEJA outras checagens feitas pela equipe do FATO ou FAKE VEJA outras checagens feitas pela equipe do FATO ou FAKE Adicione nosso número de WhatsApp +55 (21) 97305-9827 (após adicionar o número, mande uma saudação para ser inscrito)