Iniciativa acontece em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, cidade-polo em confecção capixaba.
Peças feitas na unidade são distribuídas para todo o sistema prisional do estado.
Detentas produzem roupas íntimas e moda praia em curso de confecção em Colatina Pelas mãos de internas do Centro Prisional Feminino de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, são produzidas milhares de peças de lingerie, cuecas e moda praia, mensalmente, graças a um projeto de capacitação profissional implementado há cerca de cinco meses.
As peças produzidas pelas mãos das presas são distribuídas para todo o sistema prisional capixaba. A iniciativa tem como objetivo oferecer um novo ofício às participantes e, ao mesmo tempo, proporcionar uma ocupação produtiva que beneficia o sistema prisional e o mercado de trabalho, já que as detentas saem podendo exercer uma nova atividade profisisonal.
📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp O curso tem duração de 160 horas e é realizado em uma fábrica instalada dentro da unidade prisional.
Oitenta internas já foram capacitadas e, atualmente, 20 estão se especializando em aulas que acontecem de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h. Nas aulas, as internas aprendem desde técnicas de modelagem a empreendedorismo.
Cerca de 15 mil peças íntimas são produzidas mensalmente, como cuecas, calcinhas e tops femininos.
Uma das participantes é Thais Mendes da Silva, que já planejou como a atividade vai ajudar quando sair do presídio. "Eu vou sair daqui com certificado.
Com isso, eu posso trabalhar e juntar o meu próprio dinheiro, sem depender da minha família, e eu mesmo conseguir pagar minha faculdade.
Quero ser esteticista", contou. Detentas produzem roupas íntimas e de moda praia em curso de confecção em Colatina, no Espírito Santo. Sejus/ES Há também as que descobrem um amor por uma nova atividade, como é o caso da Thaísa Blank.
"Eu amo costurar, tanto a confecção de roupas, de peças íntimas, como bonecas.
Tudo que é relacionado a costura eu amo.
Eu pretendo, sim, trabalhar com isso lá fora.
Meu sonho fora daqui é recomeçar tudo de novo e ser feliz", disse a interna. Ressocialização e remição de pena Além de ser uma oportunidade de aprendizado, o curso oferece um benefício adicional: a remição da pena.
A cada três dias de trabalho ou participação no curso, as internas podem reduzir um dia de sua pena, o que funciona como um incentivo adicional para o engajamento das participantes. “A cada três dias de trabalho ou de curso, elas conseguem remir um dia de pena.
Então, também é um incentivo, além de sair da cela, tirar o ócio, conviver com as outras internas, produzir, se sentir útil, aprende uma profissão também tem a remissão da pena”, avaliou a diretora do presídio, Dayany Rodrigues de Queiroz. Detentas produzem roupas íntimas e de moda praia em curso de confecção em Colatina, no Espírito Santo. Sejus/ES A encarregada da fábrica e interna do presídio, Ana Ormi Lunz, já tinha conhecimento de técnicas de costura e hoje é ela quem passa para as outras internas o que sabe.
Para Ana, a iniciativa colabora, inclusive, com a saúde mental de todas. "Além de elas aprenderem uma profissão após elas saírem da fábrica, quando ganharem o semiaberto, são encaminhadas direto pro emprego na rua.
Então é muito importante essa oportunidade que nós estamos tendo aqui.
[...] também, essa ocupação é boa para nós internas, é saúde mental, a gente ter uma ocupação, ter o que fazer", disse. A população carcerária do Espírito Santo é de cerca de 22 mil pessoas, sendo que menos de 5% são mulheres.
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O Mulheres Mil tem como objetivo assegurar o acesso das mulheres em situação de vulnerabilidade social à educação profissional e tecnológica.
Destinado a mulheres a partir de 16 anos em condições de pobreza e com baixo nível de escolarização, o programa busca não apenas oferecer formação técnica, mas também promover o empoderamento feminino e a superação de violências. Detentas produzem roupas íntimas e de moda praia em curso de confecção em Colatina, no Espírito Santo. Sejus/ES O curso Curso Confeccionador de Lingerie e Moda Praia vai ao encontro do potencial da cidade de Colatina e pode abrir portas para as internas no futuro.
A cidade é considerada o Polo de Confecções no Espírito Santo, pela lei 9.786.
O polo de confecção de Colatina é um dos maiores do Brasil e o maior do estado, produzindo mais de 2 milhões de peças/mês. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo