EUA passou a cobrar tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio a partir desta quarta.
Para Haddad, norte-americanos só têm a perder com a medida.
Setor siderúrgico do Brasil pediu ao governo que sobretaxe importações da China.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em imagem de fevereiro de 2025 TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (12) que a equipe econômica do governo está estudando medidas para proteger o setor siderúrgico brasileiro diante do aumento das tarifas de importação sobre aço e alumínio pelos Estados Unidos. Haddad deu as declarações após participar de uma reunião com representantes do setor do aço em Brasília.
"Nós estamos já começando a estudar propostas do setor, que tem toda legitimidade de trazer propostas pra nós.
Eles estão imaginando formas de negociar com argumentos muito consistentes.
Porque os Estados Unidos só têm a perder.
Porque nosso comércio é muito equilibrado", afirmou Haddad. Estados Unidos começam a cobrar tarifa de 25% para importação do Brasil Segundo o ministro, o setor do aço nacional pediu "providências" do governo brasileiro tanto em relação às importações – ou seja, por meio de sobretaxa a compras feitas em outros países, como a China – quanto em relação às exportações brasileiras.
"No caso das importações, envolve uma defesa mais unilateral.
Isso, a proposta que eles [representantes do aço] fizeram.
Nós vamos analisar", destacou o ministro.
O governo Donald Trump começou a aplicar, a partir da meia-noite desta quarta-feira (12), tarifas (sobretaxas) de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos, "sem exceções ou isenções". A medida, que irá atingir em cheio o setor de siderurgia de países como Canadá, Brasil e México, faz parte de uma das principais promessas de campanha de Trump: a taxação de produtos estrangeiros para priorizar a indústria norte-americana. "Vamos tratar, na base da reciprocidade, os entendimentos, mas colocando em primeiro lugar a mesa de negociação está aberta já com o governo americano, e que foi bem sucedido em outros momentos do passado recente quando atitudes semelhantes foram tomadas e revertidas em benefício do comércio bilateral", afirmou o ministro Haddad a jornalistas. De acordo com o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu calma.
"Nós já negociamos outras vezes em condições até muito mais desfavoráveis do que essa.
Nós vamos levar a consideração do governo americano que é um equívoco de diagnóstico", concluiu Haddad. Trump deve falar 'manso', diz Lula Nesta quarta, no contexto do aumento das tarifas de importação pelos EUA, Lula disse que "não adianta" Donald Trump ficar "gritando" porque ele "não tem medo de cara feia".
O presidente disse ainda que Trump deve falar "manso", pois ele "quer ser respeitado". "Nós fizemos a maior política tributária que esse país já viu na história e todo mundo vai ganhar, porque nós não queremos o Brasil para nós, nós queremos o Brasil para vocês.
E é por isso que eu digo sempre: não adianta o Trump ficar gritando de lá porque eu aprendi a não ter medo de cara feia", disse Lula.