Mensagem que circula em redes sociais já teve mais de 10 mil compartilhamentos.
Embaixada dos EUA diz que não houve nenhuma mudança em relação à Operação Lava Jato.
Postagens compartilhadas ao menos 10 mil vezes nos últimos dias afirmam que novas regras de imigração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impedem que "criminosos da Operação Lava Jato" entrem no país.
Não é verdade. Regras de Trump não impedem que réus da Lava Jato entrem nos EUA G1 A assessoria de imprensa da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília afirma que não houve qualquer alteração específica nas políticas de imigração em relação à Lava Jato ou ao Brasil.
Segundo a Embaixada, as solicitações de visto passam por uma checagem de segurança, com base em informações de agências governamentais americanas, o que inclui "análises biográfica e biométrica de aplicação da lei norte-americana e de bancos de dados contra o terrorismo".
A Polícia Federal afirma que, nos casos de investigados e réus da Lava Jato, as restrições de viagens são determinadas por decisão judicial e que, caso não haja pedido da Justiça para impedir saídas do Brasil, cabe ao país de destino permitir ou não a entrada em seu território.
Ainda que não contemplem especificamente alvos da Lava Jato, recentes ações do governo americano de fato tornaram mais rígidas as políticas de imigração no país.
Em abril, o procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, enviou um memorando a promotores federais em que pede que processem criminalmente imigrantes que chegarem à fronteira dos Estados Unidos, pondo fim à política conhecida como "pegar e soltar", na qual os imigrantes são libertados da prisão enquanto aguardam uma audiência. Mensagem que circula em redes sociais diz que novas regras de imigração impede que criminosos da Lava Jato entrem nos EUA Reprodução/ Facebook Após a medida, como menores de 18 anos não podem ser mantidos em penitenciárias comuns, crianças e adolescentes foram separados dos pais ou responsáveis presos e levados para abrigos do Escritório de Instalação de Refugiados (ORR, na sigla em inglês), ligado ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos.
No dia 20 de junho, no entanto, Trump recuou e assinou um decreto que suspendeu a separação de crianças de suas famílias.
As separações afetaram dezenas de famílias brasileiras que chegaram à fronteira entre México e EUA desde então, com a maioria dos menores tendo sido enviadas a abrigos de Chicago, no estado de Illinois.
Segundo o Itamaraty, 19 crianças brasileiras foram reunidas aos seus pais durante as duas últimas semanas nos Estados Unidos, após o recuo do governo, mas outros 30 menores de idade ainda estão espalhados em abrigos.
No início do seu mandato, em janeiro de 2017, Trump também anunciou um decreto com medidas para "proteger os Estados Unidos de terroristas estrangeiros".
Na ocasião, chegou a suspender por 90 dias a entrada de estrangeiros de sete países (Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen). É ou não é?’, seção de fact-checking (checagem de fatos) do G1, tem como objetivo conferir os discursos de políticos e outras personalidades públicas e atestar a veracidade de notícias e informações espalhadas pelas redes sociais e pela web.
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