Imóvel fica em Ceilândia, a 30 km do centro da capital.
Francisco Wanderley Luiz morreu após detonar explosivos em frente ao STF.
Casa do homem que detonou explosivos em frente ao STF é encontrada destruída A Polícia Militar desativou explosivos na casa alugada pelo homem que morreu após detonar explosivos em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) — Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos —, em Ceilândia, a 30 km do centro da capital. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Nas imagens, é possível ver móveis quebrados, como uma mesa e armários (veja vídeo acima).
Um fogão também aparece quebrado, assim como a pia.
Parte do forro do teto desabou.
No chão, uma maleta guardava o que parece ser um explosivo. O porta-voz da PMDF, Raphael Van Der Broocke, informou, na manhã desta quinta-feira (14), que foram encontrados artefatos explosivos na casa.
Eles são do mesmo tipo dos usados em frente ao STF, ainda de acordo com o militar. Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, uma gaveta nesse imóvel gerou uma "explosão gravíssima" ao ser aberta por um robô antibombas da corporação.
Ninguém foi ferido pelo artefato. Em um espelho no banheiro está escrito com batom o nome de Débora Rodrigues, mulher que pichou a estátua da Justiça durante os ataques do dia 8 de janeiro de 2023.
"Por favor, não desperdice batom! Isso é para deixar as mulheres bonitas.
Estátua de merda se usa TNT", é possível ler (veja imagem abaixo). Espelho em casa alugada por homem que detonou explosivos em frente ao STF TV Globo/Reprodução Investigação Câmera de segurança do STF mostra momento de explosão na Praça dos Três Poderes Duas explosões foram ouvidas por testemunhas em frente ao STF (veja vídeo acima).
Momentos antes, outras explosões aconteceram no carro de Francisco Wanderley Luiz, que estava no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados. O carro está no nome de Francisco Wanderley, segundo o delegado-geral de Santa Catarina Ulisses Gabriel.
O boletim de ocorrência da Polícia Civil do DF confirma que ele é a vítima das explosões desta quarta. A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar as duas explosões.
O caso é investigado como ato terrorista, segundo informou o diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues. O homem tinha residência fixa em Rio do Sul, em Santa Catarina, onde se candidatou a vereador pelo PL em 2020.
Conforme apurado pela TV Globo, ele saiu da cidade natal no dia 26 de julho e chegou em Brasília um dia depois.
A Inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) identificou que o veículo continuou circulando em Brasília desde então — prioritariamente nas cidades de Ceilândia e Taguatinga. Segundo o irmão de Francisco, Rogério Luiz, ele era solteiro, atuava como chaveiro e tinha dois filhos, de 37 e 38 anos, do primeiro relacionamento. O que se sabe sobre o caso: Por volta das 19h30 desta quarta, um carro explodiu no estacionamento que fica entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados.
No porta-malas, havia fogos de artifício e tijolos. O veículo tem placa de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina.
O dono é Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se elegeu (ele teve 98 votos naquela disputa).
Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal. Cerca de 20 segundos após a explosão do carro no estacionamento, Francisco Wanderley Luiz morreu em uma outra explosão, ocorrida na Praça dos Três Poderes (que fica entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto). Antes da explosão em frente ao STF, o homem tentou entrar no prédio.
Ele jogou um explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou um segundo explosivo na nuca. Em um relato à Polícia Civil, um segurança do STF afirmou que o homem estava com uma mochila, de onde tirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor.
A blusa foi lançada na estátua em frente ao Supremo.
Quando o segurança tentou se aproximar, o homem "abriu a camisa" e o segurança viu algo semelhante a um relógio digital, acreditando ser uma bomba.
Dois ou três artefatos foram lançados pelo homem e estouraram.
Depois, ele se deitou no chão, acendeu o último artefato e colocou na cabeça como um travesseiro. No boletim de ocorrência, também consta que o homem compartilhou mensagens pelo aplicativo WhatsApp que antecipavam o que aconteceu na Praça dos Três Poderes, "manifestando previamente a intenção do autor em praticar o autoextermínio e o atentado a bomba contra pessoas e instituições". O esquadrão antibombas foi ao local para fazer uma varredura e verificar a existência de mais explosivos nos arredores, inclusive em veículos e no corpo do homem que morreu. No momento do incidente, estavam ocorrendo sessões de plenário na Câmara e no Senado, que foram suspensas. A sessão do STF já tinha terminado, e ministros e servidores foram retirados em segurança. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava mais no Planalto – e não houve ordem para evacuar o prédio.
A segurança do palácio vai ser reforçada com integrantes do Exército. Depois do episódio, Lula se reuniu com os ministros do STF Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin no Palácio da Alvorada.
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, também foi à residência presidencial. A PF abriu inquérito para apurar as explosões, que será enviado a Alexandre de Moraes. Testemunhas relataram que "o barulho foi muito alto" e que viram "o pessoal correndo". Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.