O g1 revelou o caso de uma menina de 11 anos que deu à luz após ter sido estuprada pelo companheiro da avó.
O caso ocorreu na zona rural de Santa Quitéria, interior cearense.
Criança de 11 anos engravida depois de ser estuprada A recuperação física de uma gestação indesejada em um corpo infantil é possível, mas envolve grandes desafios e riscos, aponta Mariana Prado, médica ginecologista e obstetra.
Na quarta-feira (18), o g1 revelou o caso de uma menina de 11 anos que deu à luz após ter sido estuprada pelo companheiro da avó.
Foi a criança quem revelou o abuso. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp Além do estupro sofrido pela criança, ela é culpada por familiares de ser culpada pela situação.
"Eu converso bastante com ela.
Estou ensinando as coisas.
Depois do acontecido, a gente deu muito apoio a ela para que ela não se sinta mal.
Já basta a avó dela acusando ela em todo canto que chega.
Ele sempre foi uma pessoa que passou confiança.
Ficava difícil desconfiar", disse a mãe da criança abusada.
O crime, que ocorreu na zona rural de Santa Quitéria, interior do Ceará, repercutiu nacionalmente.
A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), disse que "segue investigando as circunstâncias de um crime de estupro de vulnerável". O g1 conversou com Mariana Prado para entender quais riscos a menina de 11 anos enfrentou e pode enfrentar após a gravidez prematura.
A bebê nasceu no dia 13 de setembro. LEIA TAMBÉM: Menina de 11 anos é estuprada pelo companheiro da avó, engravida e tem o filho no interior do Ceará Quatro suspeitos de matar torcedor do Fortaleza são presos um ano após o crime "O corpo de uma criança ainda está em desenvolvimento, o que pode dificultar o processo de recuperação total, tanto fisicamente quanto emocionalmente.”, disse a médica. Ainda de acordo com a especialista, biologicamente uma gravidez é possível assim que a ovulação começa, o que geralmente ocorre após a menarca (primeira menstruação), que pode acontecer em algumas meninas a partir dos 8 ou 9 anos - dependendo do início da puberdade.
Imediatamente após a menarca, o útero, ovários e outros órgãos reprodutivos ainda podem estar em processo de crescimento e maturação.
Embora a ovulação já ocorra, o sistema reprodutivo continua se ajustando e amadurecendo. "Uma prova disso é que meninas recém menstruantes lidam com irregularidade do ciclo, justamente pelo ajuste hormonal que acontece até os primeiros 5 anos após a primeira menstruação.
O mesmo acontece com a estrutura corporal, com mudanças na massa muscular, gordura corporal e estrutura óssea." Ainda conforme Mariana, a maturidade emocional e psicológica também não está completa logo após a menarca.
Assim, as mudanças também estão a nível psíquico. Violência letal e sexual contra crianças e adolescentes no Brasil entre 2021 e 2023 Arte/g1 ➡️ Algumas complicações que crianças e adolescentes podem enfrentar após uma gravidez indesejada são: Após o parto, o útero normalmente se contrai e volta ao seu tamanho original.
No entanto, em um corpo infantil, esse processo pode ser mais lento e complicado devido à imaturidade dos órgãos reprodutivos.
A recuperação completa do sistema reprodutivo pode levar mais tempo e envolve risco aumentado de sangramento pós-parto e até perda uterina.
Processo cicatricial de cesarianas e partos vaginais complicados: muitas vezes, uma cesariana é necessária em meninas muito jovens devido à falta de desenvolvimento do canal de parto.
A recuperação de uma cesariana exige repouso, cuidados médicos adequados e acompanhamento, e cicatrizes físicas podem permanecer.
Mesmo em um parto vaginal, o corpo infantil pode sofrer lacerações que levam tempo para cicatrizar. Recuperação óssea e muscular: o corpo infantil ainda está em crescimento, e uma gravidez pode causar uma sobrecarga no desenvolvimento ósseo e muscular.
Em alguns casos, podem ocorrer complicações como problemas na coluna e na pelve, que podem afetar o desenvolvimento físico a longo prazo. Impacto nutricional (desnutrição), problemas hormonais e desenvolvimento psicológico interrompido. "Infelizmente, muitos casos de abuso infantil ocorrem dentro de casa, perpetrados por familiares ou pessoas próximas.
Evitar esses casos é um grande desafio, mas existem várias estratégias e medidas preventivas que podem ser tomadas para proteger as crianças.
A prevenção do abuso sexual infantil requer educação, conscientização, sistemas de apoio e ações diretas para criar ambientes mais seguros.", pontuou Mariana Prado. Relembre o caso As investigações estão a cargo da Delegacia Municipal de Santa Quitéria. Reprodução/Google Maps A menina de 11 anos engravidou após ter sido abusada pelo companheiro da avó, na cidade de Santa Quitéria, interior do Ceará.
A bebê nasceu no dia 13 de setembro.
Em nota, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) disse que está investigando o caso. Ao g1, a mãe da vítima disse que foi a menina quem revelou que havia sido abusada pelo homem.
A mãe começou a desconfiar da gravidez por causa das mudanças no corpo da criança e porque os absorventes que ela comprava para a filha não estavam sendo usados. Um teste de gravidez, antes mesmo do ultrassom, revelou que a menina esperava um bebê: "Ela ficou nervosa, apavorada.
Disse que não tinha feito nada, não tinha ficado com ninguém.
No dia 21 de agosto fizemos um ultrassom.
Quando fizemos, o médico falou que podia acionar a polícia.
Ele viu que ela tinha sido abusada e já estava grávida de sete meses", revelou a mãe. A família resolveu criar a bebê, embora os parentes tenham pensado em adoção.
O suspeito já estava com a avó da criança há cerca de 12 anos, ou seja, antes do nascimento da vítima.
Os pais nunca desconfiaram de nada, mas começaram a estranhar quando a menina passou a não querer mais visitar a avó. "Ele viu a criança nascer, ele viu a criança crescer.
Quando ele se juntou com a minha mãe, eu estava grávida dela", disse a mãe da vítima. A menina de 11 anos sempre foi "muito calada" e nunca apresentou comportamentos "diferentes", segundo a mãe.
Após o caso, a vítima também revelou que foi ameaçada pelo suspeito para que não revelasse o crime.
Ela não falou se o abuso aconteceu uma vez ou de forma repetida. A criança está sendo acompanhada por psicólogos do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município de Santa Quitéria.
A mãe disse que a menina primeiro revelou os abusos para dois psicólogos e para a delegada que está no caso.
Por último, falou para a família. Já o suspeito nunca mais foi visto pela família.
A polícia não informou sua idade ou se ele já é considerado como foragido, embora o g1 tenha questionado.
A polícia disse apenas que "segue investigando as circunstâncias de um crime de estupro de vulnerável".
As investigações estão a cargo da Delegacia Municipal de Santa Quitéria. Relação familiar abalada Estupro contra crianças e adolescentes cresce 35% de 2021 a 2023 no Brasil, de acordo com estudo divulgado pelo Unicef e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública SSP/SE A relação da família ficou abalada após o caso vir à tona.
A mãe da menina disse que a avó não acredita no abuso e que, por vezes, chama a criança de mentirosa.
Elas estão afastadas. "Eu não queria a criança no começo porque achei que ia fazer mal a ela.
Fiquei muito revoltada com o que aconteceu.
Conversando com psicólogos, entendi que a bebê não tem culpa e ela (a vítima) também não tem.
Ela é uma criança, só tem 11 anos.
Até então, são duas crianças". A comunidade onde a família mora fez uma campanha para arrecadar itens para ajudar as crianças.
A mãe tem, além da menina de 11 anos, outros cinco filhos.
O pai da vítima também está abalado. "Eu converso bastante com ela.
Estou ensinando as coisas.
Depois do acontecido, a gente deu muito apoio a ela para que ela não se sinta mal.
Já basta a avó dela acusando ela em todo canto que chega.
Ele sempre foi uma pessoa que passou confiança.
Ficava difícil desconfiar", concluiu a mãe. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará: